DEFINIÇÃO DE DISGRAFIA
“Disgrafia é uma perturbação da escrita que surge em crianças com perturbações funcionais não sendo atribuída a lesões cerebrais ou problemas sensoriais.” (Torres, R. e Fernandez, P. 2001; 126)
“ As perturbações de natureza funcional são mais fáceis de tratar do que as que têm um substrato neurológico, e são por isso mais suscetíveis de intervenção.” (Torres, R. e Fernandez, P. 2001;127)
“ A disgrafia constitui uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao traçado ou à grafia.” (Torres, R. e Fernandez, P. 2001;127)
Olá grupo.
ResponderEliminarÉ inegável que, nos dias de hoje, se nota nos alunos uma crescente dificuldade no que concerne à expressão escrita. Tal facto, é reconhecido, quer pela comunidade escolar, quer pela sociedade em geral, gerando-se à volta de ambos os lados, um sentimento de contestação contra esta situação e, ao mesmo tempo, de impotência para a tentar colmatar e remediar.
O tema do vosso blogue é do meu agrado e interesse pois sempre me interessei pela análise do erro na escrita (fora do âmbito da Educação Especial) tendo enveredado por este tema em muitos trabalhos por mim realizados.
Para diagnosticar a disgrafia no aluno, a análise dos erros revela-se como um instrumento didáctico fundamental, de que o professor dispõe.
Assim, deixo a minha contribuição, apresentando, num sentido geral,o conceito de erro na escrita, segundo alguns autores (com base na minha dissertação sobre análise do erro)
FLORA (2000:13) e TERESA CAPELA (2001:18) referem:
“acentuadas lacunas na aprendizagem da expressão escrita em muitos alunos; vemo-nos confrontados com exercícios escritos que apresentam toda a espécie de deficiências de má caligrafia a uma pontuação caótica, dos erros ortográficos aos morfossintácticos.” , “(…) frases sem sentido, ideias completamente despropositadas e ocas.”
ÁLVARO GOMES (1989:157) o entende, “o conceito de erro que teremos em conta será o de erro linguístico que resulta de desvios normais na aprendizagem”, não cabendo, no âmbito desta abordagem “os erros de aprendizagem em sentido amplo (a que poderíamos chamar de macroestrutural), os erros em sentido micro ou erros linguísticos que resultam de perturbações de tipo psicológico”. Do mesmo modo, não se farão considerações ao chamado “erro inteligente” , do tipo daqueles que, por exemplo, resultam do facto de se seguir o “sistema sem se tomarem em linha de conta as imposições de falsas analogias”.
Segundo FLORA AZEVEDO (2000:70), o erro “deriva do desenvolvimento mental do sujeito e ainda da norma estabelecida”, pretendendo com esta afirmação colocar em evidência que o erro é algo do foro individual e contém, simultaneamente uma componente cultural e social, que o torna distinto de sociedade para sociedade.
JOSE SALVADO (1990:286, 287) “Entendemos por equivocaciones (mistakes) las incorrecciones provocadas por razones no atribuibles a la falta de conocimientos, sino al cansancio, dejación, falta de atención.” Este autor explica que “Es importante tener en cuenta esta distinción a fin de poder analizar adecuadamente el nivel de competencia de un aprendiz y, por tanto la necesidad de la corrección”. De facto, torna-se fulcral esclarecer, nesta fase inicial de enquadramento teórico ao tema do presente trabalho, a importância de que reveste a observação criteriosa, tendo em mente que “é só quando se observa a ocorrência regular de um erro, que poderemos começar a falar acerca de regras que o aluno parece estar a seguir e tentar a descrição do seu dialecto de transição” . (FLORA AZEVEDO)
Ana Filipa Morais